Liderança e a gestão emocional em tempos de pandemia

19/11/2020

A pandemia ficará marcada para sempre na vida das pessoas e na história, trouxe consigo uma série de aprendizagens e acelerou muitas mudanças que talvez levariam 10 anos ou muito mais tempo. O fato é que a pandemia também auxiliou a aumentar a ansiedade dos profissionais, isso é revelado nas inúmeras pesquisas que foram realizadas, mexeu com as emoções das pessoas em vários sentidos, mesmo das pessoas mais centradas que você pode conhecer. 

Mudou a forma como aprendemos, como vendemos nossos produtos ou serviços, a forma como entregamos os nossos produtos ou serviços e diante de tudo isso vimos empresas crescendo absurdamente e outras simplesmente fechando as portas. 

A pandemia fez com que as pessoas tivessem que se reinventar rapidamente para atender uma necessidade básica, que é a sobrevivência. E então, eu costumo perguntar: O que você como líder passou a fazer de diferente?

Nesse contexto mais empresas passaram a perceber a necessidade de uma liderança mais presente, no sentido de criar conexões mais autênticas, ou seja, mesmo numa reunião on-line realizar um "esforço" para buscar uma conexão com as pessoas, procurar entender como essas pessoas estão e qual é o momento de cada uma. 

Nunca na história os líderes precisaram entender tanto de inteligência emocional como nesse momento, compreender o que se passa no coração de uma profissional que é mãe e que não tem com quem deixar seus filhos enquanto trabalha e que muitas vezes enfrenta outros problemas no seu dia a dia; compreender pessoas que tiveram familiares hospitalizados no período; compreender aqueles profissionais que de uma hora para outra se tornaram 100% responsáveis pela renda da família; compreender como as pessoas conseguiriam conciliar suas atividades pessoais e laborais em espaços pequenos ou reduzidos.

O fato é que a pandemia trouxe a necessidade do líder aguçar ainda mais o seu olhar para compreender a si mesmo e as pessoas que atuam com ele. Quando falamos sobre aguçar o olhar é entender porque as pessoas são como são, qual é a estrutura que está por trás de cada adulto ou cada profissional, porque precisamos tratar cada pessoa conforme a sua peculiaridade:

  • Há pessoas que buscam o comando das suas vidas, e isso é explicado por uma infância onde precisaram de fato crescer rápido, assumir as responsabilidades, fazer por si mesmo sem ter que depender de outras pessoas. Nesse caso o líder precisa desafiar essas pessoas, deixar que trabalhem em projetos desafiadores e dar o suporte necessário para que possam fazer o que precisa ser feito. São pessoas autoconfiantes e de muito sucesso, mas que às vezes dentro delas há um turbilhão de emoções, uma dificuldade imensa de expressar o que estão sentindo. 
  • Há pessoas que sempre foram acostumadas a serem servidas e por isso muitas vezes deixaram de crescer. Nesse caso são pessoas que precisam de mais apoio ou orientação, que precisam de fato de um comando para que possam agir. Talvez você tenha alguma assim na equipe, aquela pessoa que trabalha bem desde que tenha clareza exata do que precisa ser feito e como deve ser feito. Geralmente são pessoas que optam por trabalhar nos bastidores, não querem ser vistas, se sentem muitas vezes incapazes. Novamente quando olhamos a infância foram pessoas que ouviram muitas vezes que eram incapazes. 
  • Há pessoas que tem dificuldades de celebrar suas conquistas, que vivem uma vida de monta e desmonta, ou seja, nunca nada está bom, embora elas cresçam, elas estão sempre querendo fazer uma mudança, muitas vezes acabam com as suas próprias oportunidades ou até mesmo com a família, pois elas se consideram sempre as melhores, e não conseguem de fato ouvir o que é dito, são pessoas que não honram muito o passado, vivem com um foco no futuro, e geralmente não curtem a jornada. São pessoas que precisam de líderes resilientes, que tenham uma certa paciência e que os ajudem a perceber e honrar a trajetória. 

Por que estou falando sobre esses três perfis? Porque são os perfis que mais encontramos nas empresas e cada um demanda uma adaptação do estilo de liderança, quando dominamos isso podemos ter um resultado diferente em nossas equipes e empresas. Talvez você se pergunte: Qual é o melhor? Não há um perfil melhor ou pior, cada líder tem que aprender a lidar com esses perfis e o fato de ter pessoas diferentes na equipe faz com que a equipe produza resultados diferentes. 

Por isso, tenho dito e repetido inúmeras vezes para que os líderes passem a entender mais sobre emoções, passem a compreender  o significado de uma expressão no rosto ou dos movimentos do corpo, por exemplo quando um profissional senta em uma determinada cadeira, é possível fazer inúmeras leituras rapidamente, pés por trás da cadeira demonstram um medo e de forma bem visível; braços cruzados e os dedos polegares fazendo o sinal de positivo indicam ar de autoridade; marcas na testa em formato de "serpentes" são resultado de conflitos internos entre emoções que podem indicar processo repetido de indecisão entre outros tantos. Ou seja, em poucos minutos é possível conhecer a pessoa que está na sua frente sem que ela diga uma única palavra. 

Outro fato que deve ser considerado é a necessidade do líder atual conhecer técnicas de gestão emocional, uma vez que ao conhecer essas técnicas pode se autoaplicar, aumentar o seu nível de autoconhecimento e de autocontrole, evitando transmitir isso para o ambiente. Afinal como diz Daniel Golleman em apenas dois minutos "contagiamos" o nosso ambiente com as nossas emoções, um líder que está sentindo "raiva", pode transmitir esse sentimento rapidamente para a equipe, e todos os profissionais passaram a sentir isso. 

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