Liderar vai muito além de inspirar pessoas, mais do que nunca estamos numa era em que o líder precisa“entregar resultados” de forma consistente e coerente, e essa entrega de resultados depende da capacidade do líder de gerenciar as pessoas. 

Quando menciono coerência é exatamente sobre os números traduzirem a realidade, não serem manipulados, e estarem de acordo com os princípios da empresa. Cansei de ver líderes dizendo que entregam resultados e quando você aprofunda a análise dos dados, percebe que os dados foram manipulados para atender um indicador. Isso não é liderança  e pode quebrar uma empresa.

Costumo dizer que você só é líder quando você consegue bater metas junto com a sua equipe. As metas precisam estar relacionadas com o propósito da empresa, ou seja, não podem ser aleatórias e/ou desvinculadas dos objetivos gerais da organização. E as metas precisam ficar claras para todos os indivíduos da empresa. 

Gerenciar pessoas pode ser um desafio para alguns e para outros pode ser um pouco mais fácil, o que determina isso é a habilidade de “entender de gente”. Quando falo sobre entender de gente é sobre praticar a escuta ativa e a atenção psicológica, fazer a leitura correta de como cada pessoa está se sentindo, o que motiva cada profissional, o que cada pessoa pode contribuir com o negócio e com a própria equipe. 

Obviamente não precisamos fazer isso apenas de forma intuitiva, hoje há assessments e ferramentas que nos mostram qual é a melhor forma de liderar cada pessoa do seu time. 

Quando o líder tem esse mapeamento fica mais “fácil” liderar a sua equipe. Nessa última semana fiz uma série de devolutivas de assessments para líderes e equipes e percebo que quando as pessoas recebem essa informação, conseguem ter mais clareza do que precisa ser feito. 

Imagina você compreender a forma como cada um atinge o seu máximo potencial. Imagina você conhecer exatamente o que motiva cada profissional da sua equipe, e ainda, imagina você saber como está o nível de energia de cada integrante da sua equipe...

Entender de gente também tem a ver com compreensão de que o nosso passado, a nossa estrutura lá na infância influencia o adulto que somos hoje. Talvez você já tenha ouvido falar sobre isso, talvez não, mas por exemplo, uma criança que foi muito dependente dos pais por volta dos 3 anos, tende a se tornar um “adulto” com características de vítima, tende a se autossabotar, pensar que não é capaz e isso faz com que a pessoa sempre esteja solicitando autorização do líder para seguir em frente. Parece que em determinados momentos esse profissional precisa se sentir validado para conseguir exercer as suas atividades. 

Talvez você esteja se perguntando: O que eu posso fazer hoje para entender mais os profissionais da minha equipe? Na sequência apresento 3 práticas que você pode adotar:

1. Conversas individuais para conhecer as pessoas do seu time: Às vezes um líder herda uma equipe e não se preocupa em saber quem são aquelas pessoas, o que as motiva, o que as move, quais são os seus sonhos e objetivos de carreira? O que as fazem querer ir além? Porque elas escolheram suas carreiras e/ou profissões.
2. Aplicação de assessments: Os assessments são ferramentas de avaliação de comportamental e nos mostram exatamente qual é a tendência de cada integrante do nosso time, por exemplo, será que temos pessoas com propensão a assumir riscos e/ou mais cautelosas? Será que temos profissionais mais analíticos e/ou persuasivos? Como essas pessoas podem se sair quando precisam vender as suas ideias? Como lidam com as suas próprias emoções? Como está o nível de energia? Como procuram tomar decisões? Quando aplico os assessments percebo que a maioria das pessoas dizem “nossa fecha exatamente como eu sou...”. 
3. Rodadas de autofeedback: Tem uma ferramenta que costumo aplicar com as equipes que se chama “autofeedback”, onde cada profissional pode sinalizar para o outro quais os pontos positivos e de melhoria. Essa ferramenta costuma ajudar os integrantes do time a se conhecerem um pouco mais, a criarem maturidade e a evidenciarem os pontos de melhoria, o que de fato precisam fazer para melhorar.

Liderança não é uma ciência exata, mas tampouco é algo que possa ser realizado somente com base na tentativa e no erro. Liderança exige o auto-aprimoramento constante, a abertura para aprendizagem, o uso de ferramentas corretas, e principalmente, o desenvolvimento dessa habilidade de entender de pessoas e usar esse entendimento para potencializar o que cada um tem de melhor com foco nos resultados da empresa. 

Acredito também que as pessoas precisam se sentir bem no ambiente de trabalho e quando há um líder exemplar isso acontece de forma natural, e elas tendem a fazer o seu melhor sem esperar que sejam cobradas e/ou sem precisar de ordens. Pessoas não são robôs, são seres repletos de sentimentos e emoções, mesmo aquela pessoa que diz que é extremamente racional, dentro dela há sentimentos, e não é possível desconsiderar isso quando estamos liderando. 

Espero que esse artigo faça sentido para você e que possa te inspirar a ser um líder cada vez melhor. 

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