Quantas vezes erramos nos processos de contratação? Quantas vezes contratamos por alguma afinidade e logo percebemos que não escolhemos a pessoa certa? Às vezes percebemos que não contratamos a pessoa certa apenas no final do primeiro ou segundo mês, e imagine quanto isso custa para a empresa, independente do porte da empresa. Afinal, um ou dois meses foram gastos para treinar, repassar informações, ensinar as políticas da empresa, entre outras atividades.

É muito comum as empresas contratarem pessoas por indicação e/ou por já serem conhecidas. Estudos do psicólogo da Universidade de Michigan, Richard Nisbett, evidenciaram que geralmente nas entrevistas fazemos um julgamento apressado e inconsciente, muito influenciado por nossas tendências, ou seja, grande parte das entrevistas, na maioria das vezes, são desperdícios, uma vez que 99,4% do tempo são gastos na tentativa de confirmar as impressões formadas pelo entrevistador nos 10 primeiros segundos. 

Geralmente caso as entrevistas sejam conduzidas por um único profissional, a tendência é contratar conforme o perfil do entrevistador. Por isso, para contratar um profissional adequado é importante fazer perguntas gerais e concentrar-se no passado. É muito importante deixar o candidato falar (60% a 70%) do tempo, mantendo o contato visual.

Recomendamos também evitar a contratação de amigos e/ou parentes, pois demitir é algo díficil, e quando se trata de um amigo e/ou parente as relações afetivas podem ficar comprometidas. 

Afinal, quais são as perguntas que devem ser feitas? As perguntas dependem muito do tipo de vaga e da cultura da empresa, mas cabe sempre conhecer um pouco mais sobre a experiência profissional (analisar trajetória, motivos de entrada e saída dos profissionais),  vida pessoal (entender os valores, hobbies, o que faz nas horas vagas, como é a relação com a família). Além disso cabe avaliar como o profissional toma decisões, pois tudo isso geralmente afeta o dia a dia.

Algumas das perguntas sugeridas no momento da entrevista:

• Por que você deve ser contratado?
• Fale sobre você (família, filhos etc).
• Comente sobre as suas experiências profissionais.
• O que você mudaria em seu último trabalho?
• Qual foi a decisão mais difícil que você já tomou até hoje?
• O que a pessoa que mais te detesta diria sobre a sua personalidade?
• O que você faz no seu tempo livre?

Não há uma receita de bolo para contratações assertivas, mas o fato é que devemos sempre gastar mais tempo na contratação, pois nesse caso a pressa é a inimiga da perfeição. Geralmente as pessoas costumam repetir os padrões, ou seja, se não sabem lidar com pressão, costumam pedir demissão, se os pais não ficam muito tempo trabalhando nas empresas, é possível que os filhos também não fiquem, enfim, cabe observar quais os padrões do candidato. 

Caso a empresa tenha disponibilidade de recursos, cabe avaliar a contratação de um profissional ou empresa especializada em recrutamento e seleção, bem como a aplicação de testes psicológicos. Hoje também recomendamos avaliar ferramentas que utilizam inteligência artificial para reduzir o tempo de busca dos candidatos com perfil mais apropriado para a empresa.