É muito comum haver situações não previstas no dia a dia ou comportamentos inadequados por parte dos liderados e que demandam a atenção e a ação do líder.

Às vezes a empresa até tem as regras bem definidas, mas com o tempo essas regras acabam caindo no esquecimento e os problemas comportamentais se repetem, por exemplo, o funcionário que está sempre atrasado, o funcionário que sabe que não deve comer  no seu posto de trabalho e mesmo assim desconsidera a regra, o funcionário que sabe que a regra da empresa é não utilizar o celular pessoal durante o horário de trabalho e acaba utilizando, entre tantos outros comportamentos muito comuns nos dias de hoje. 

O fato é que nem sempre o líder está preparado para lidar com tudo isso e às vezes nem mesmo a empresa tem uma política definida de como estas situações devem ser tratadas. Já vivenciei inúmeras situações, nas quais as empresas me pediram ajuda para resolver exatamente essas questões. 

Eu sei que o dia a dia de um líder é bastante intenso, parece que nem sempre há tempo para fazer tudo o que é necessário e esses comportamentos geram um desgaste inclusive emocional. Ao mesmo tempo quando surgem comportamentos inadequados, o líder precisa agir, não pode procrastinar.

Uma vez que opta por procrastinar, o problema ou situação tende a aumentar, e aí pode gerar problemas ainda maiores, gerando inclusive prejuízos para a empresa e para o próprio líder.

Muitas vezes a solução para essa repetição de comportamentos inadequados é simples: demitir o profissional. Pois ao manter o profissional que está adotando um comportamento que vai contra as regras, a empresa ou líder está concordando ou aceitando esse tipo de comportamento. 

Entretanto, em alguns casos o profissional que tem um comportamento inadequado é excelente tecnicamente, é aquela pessoa que mais domina o processo, que entrega as atividades em dia e que está há muito tempo na empresa. Ou seja, uma demissão pode custar caro.  

Então, o que fazer nesses casos?

Uma das melhores recomendações é o líder proporcionar feedback de forma clara e transparente, exercendo de fato a sua liderança, mostrando as evidências e os porquês. O feedback pode ser uma estratégia para "recuperar" esse profissional. 

Para isso o líder precisa dominar as técnicas e ferramentas de feedback, pois dependendo da forma como falar, pode ter um efeito contrário. Já vi inúmeros casos do líder fazer o feedback, e na sequência o profissional da sua equipe sair da reunião e comentar com os colegas: agora não posso nem respirar nessa empresa.

Além disso, um feedback mal feito pode se tornar um belo recurso para um processo trabalhista, o que pode custar muito caro para a empresa e para a própria carreira do líder, dependendo da cultura da empresa no qual ele está inserido. 

Quando falo sobre feedback, quero reforçar a importância do líder conhecer cada integrante da sua equipe, lembrar que cada ser humano é diferente, e que nem sempre o que funciona para uma pessoa vai funcionar para outra. Lembrar também que o ser humano muda no decorrer da sua trajetória. 

Por isso, apresento algumas dicas básicas que o líder pode adotar no caso da existência de comportamentos inadequados:

1. Fazer o feedback no momento em que a situação ocorrer, levando em consideração o respeito pelo profissional, ou seja, faça o feedback em uma sala de reuniões;
2. Trazer as evidências do que está acontecendo com exemplos para evitar justificativas. Jamais fale em nome de outras pessoas, por exemplo, já vi líderes com medo de assumir a situação, dizendo frases como Me falaram que você... 
3. Utilize perguntas e deixe a profissional apresentar as suas percepções.
4. Evite ao máximo julgamentos, procure compreender o que de fato está acontecendo. Ex.: Eu mesma já tive uma profissional na equipe que se atrasava entre 20 e 30 minutos e quando fui conversar, identifiquei que havia problemas na linha de transporte. 
5. Convide o profissional para a mudança: “Eu preciso do seu trabalho e sei que podemos crescer juntos, que tal combinarmos....”
6. Procurar utilizar uma linguagem positiva e jamais seja “impositivo”. Lembre-se que você está lidando com adultos e se utilizar uma linguagem impositiva, é possível ter um efeito contrário.

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